sábado, 20 de novembro de 2010

Análise de Texto: Épico em cartaz

Dois atores se apresentam: "Boa noite, meu nome é Igor, eu sou ator dessa peça". "Boa noite, meu nome é Jean, eu sou ator dessa peça". A partir daí, Igor e Jean, são atores, autores, Hermans, Pedros, Albertos e, principalmente, pais de todos os tipos. Apresentam-nos uma peça sobre uma carta ou, como prefere um deles, uma carta sobre uma peça. Narram, questionam, vivenciam, num lugar onde um livro pode ser substituído por uma folha de papel onde se lê: livro errado. Nesse universo, onde imagina-se xícaras, prateleiras, mares e onde os espectadores são convidados a integrarem a história, ternos e garrafas dizem tudo, em silêncio. "Da carta ao pai", dirigida por Alessandra Gélio, em cartaz no Teatro Solar de Botafogo é uma dessas peças de onde não se quer sair. A estrutura aconchegante (com direito a cafézinho e tudo) e a narrativa desconexa criam o ambiente perfeito para falar dessa, que é uma das mais bonitas e paradoxais relações. Uma peça sobre pais e filhos - não-óbvia.

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