segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Análise de Texto - Monólogos

Para analisar mónologos, recorri a dois dos maiores dramaturgos da história: Shakespeare e Moliére. Separei dois trechos de textos e naturezas distintas para diferenciar o monólogo do falso diálogo. A cena II, do ato V, da peça "Don Juan", de Moliére, contém um monólogo onde o protagonista, em falso diálogo com Leporelo, que está em cena apenas para ouvi-lo, discursa através de duas páginas e meia sobre a hipocrisia.

Don Juan: A hipocrisia é um vício. Mas está na moda. E todos os vícios na moda são virtudes. O personagem do homem de bem é o mais fácil de interpretar em nossos dias (...) O exercício da hipocrisia oferece maravilhosas possibilidades (...) É assim que um sábio torna virtudes os vícios de seu tempo. "


O segundo trecho que separei é um monólogo de Calibã e acontece na segunda cena do segundo ato da peça "A Tempestade", de Shakespeare. Nele, o monólogo é utilizado para que o leitor/espectador entre na cabeça do personagem e saiba o que ele está pensando. É um monólogo, por definição. Calibã está sozinho em uma ilha.

Calibã: Que quantas infecções o sol aspira dos atoleiros, dos pauis e charcos, sobre Próspero caiam, morte lenta fazendo-o padecer. Necessidade tenho de amaldiçoá-lo, muito embora seus espíritos me ouçam (...) Fico todo envolvido por serpentes que me sibilam com suas linguas bífidas, de me deixarem louco.

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